sábado, 19 de setembro de 2009

PARTE 18 - Segunda-feira

Hoje é segunda-feira. Eu tenho que tomar café. Eu tenho que varrer o chão. Eu tenho que tomar banho. Eu tenho que tomar outro banho. Eu tenho que tomar vergonha na cara. Eu tenho que comprar palitos de dente. Eu tenho que ir à igreja. Eu tenho que cortar as unhas. Eu tenho que voar de balão. Eu tenho que usar o banheiro. Eu tenho que assistir televisão. Eu tenho que ir ao médico. Eu tenho que lavar uma camisa manchada. Eu tenho que estudar química. Eu tenho que lavar o carro. Eu tenho que escrever um livro. Eu tenho que visitar minha prima. Eu tenho que dar alguns murros na cara. Eu tenho que pintar as paredes. Eu tenho que fazer janta. Eu tenho que tomar ainda outro banho. Eu tenho que transar. Eu tenho que cerzir um furo no sofá. Eu tenho que comprar um sofá novo. Eu tenho que pegar meu gato no veterinário. Eu tenho que tocar tuba. Eu tenho que arrumar um emprego. Eu tenho que me mudar. Eu tenho que ligar para uma amiga. Eu tenho que pagar a conta de luz. Eu tenho que comprar papel higiênico. Eu tenho que trocar a lâmpada do quarto. Eu tenho que fazer aula de dança de salão. Eu tenho que comprar margaridas. Eu tenho que dormir cedo. Eu tenho que doar tênis antigos. Eu tenho que ir ao parque. Eu tenho que apagar um incêndio. Hoje é segunda-feira.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

PARTE 17 - [vazio]

03 de setembro, quinta-feira

-Fazer compras.


04 de setembro, sexta feira

-Otorrino às 14:00 (escolher um horário melhor para o médico).
-Encontro dos veteranos da escola às 19:00. Vestir algo formal!!!


06 de setembro, domingo
-Dormir (finalmente...).


08 de setembro, terça feira

-Pegar o Moby no veterinário. Com sorte aquelas manchas na pele sumiram.
-Levar a mamãe no parque.
-Preparar os relatórios de processos componentais com URGÊNCIA!


09 de setembro, quarta feira

-Buscar aquela foto antiga no restaurador.


11 de setembro, sexta feira

-Comprar cuecas e meias. Talvez um calça jeans nova.

sábado, 11 de julho de 2009

PARTE 16 - O Evangelho do Último

Do Livro das Profecias
Tomo V, 06:42.


E assim se levantará a besta após ter sido derrotada.
Vinte e sete dias se passarão desde seu retorno e meteoros serão vistos.
Crianças irão chorar simultaneamente e uma não viverá sob o mesmo testo que a outra.
O chão ficará manchado de sangue.
Aquele que ergue sobre si o Estandarte Branco se verá encurralado em um labirinto de sebes e a flâmula que estivera outrora acima de sua cabeça agora será pisoteada.
Surgirá um guerreiro cujo coração é de gelo e cujas mãos são calejadas da lança.
Ele matará a besta com um golpe só e clamará seu trono.
A besta morrerá ainda outra vez e por isto, será chamado este período que começa de "Második Halál".
E o guerreiro será chamado "Isten".

sexta-feira, 3 de julho de 2009

PARTE 15 - LENÇÓIS ALVOS

Penetro-lhe a carne
O mel.
Entre silhuetas e rastros de saliva,
Uma mancha rubra atravessa-lhe o rosto.
Regozijo-me ante às maravilhas
Que teu belo
Doce
Quente corpo me proporciona.
Enlouqueço.
Fúria.
Unhas, pés, axilas.
Desconheço.
Os lábios...
Amanheço vendo o vão que seu corpo deixou
Nos lençóis brancos de minha cama.
Foi.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

PARTE 14 - A mesmice de um diário floreado ~marasmo~

08 de Janeiro de 2009




Ontem o dia foi cheio.
Não parei em casa. Fui de um lado para o outro o tempo todo.
Vi pessoas - amigos e inimigos, infelizmente. Passeei e chorei, sem derramar lágrimas que fossem lógicas jamais!
É complicado escrever sobre isto... Como entender a lógica por trás do pranto...? Como se houvesse!
Seria fácil demais - e chato, é claro - viver à base de razão. Mas é fato que me pouparia um tremendo esforço.
Minha caixa d'água, penso eu às vezes, devaneando sem motivo algum, chega a ficar em estado de alerta vez ou outra. É como se minha massa corpórea diminuísse um pouco mais do que deveria com cada gotícula orvalhada que cai na minha blusa de linha.
Mas ora... Eu não estou fazendo mais que falar coisas que todos sentem! Não?
O fato é que o dia foi cheio e cheio ele foi!
O tempo às vezes parece longo demais. Coisas que eu quero nunca chegam ou, se chegam, demoram uma eternidade.
E as que eu não quero então! Estas nem prazo de validade nem de passagem de ida têm!
Mas é só pensar que o tempo está demorando muito que já me aparece um empecilho. Aquele tipo de coisa que ninguém consegue resolver. Daí eu quero mais tempo. Só que, bem neste instante, nosso amiguinho da ampulheta resolve apressar as coisas.
É...
Meu dia anterior foi assim.
Em todo caso, já são seis horas e eu vou tomar café da manhã.
Prometo que não passo tanto tempo sem escrever neste diário outra vez!
Só uma pena que eu sei que não vou cumprir esta promessa.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

PARTE 13 - Esquecimento

São Bernardo do Campo, 18 de Dezembro de 2008





Prezado senhor esquecimento,

Venho por meio desta manifestar minha indignação quanto à sua atitude.
É fato que pessoas, por si mesmas, têm a tendência displicente de esquecer-se das coisas. Quem nunca esqueceu, afinal, que tinha de ir ao médico - e só lembrou depois de 30 minutos de a consulta ter começado -, onde guardou as chaves de casa, ou aquele amigo que há muito não vê?
É claro, a sua existência é fato inalienável que, vez ou outra, algo como um suspiro, acontece.
Mas não acha que anda muito presente, não?
Veja bem o senhor... Minha mente ultimamente parece um vácuo de tanta informação que não tem! E os outros também... Como se esquecem!
Por favor, tome uma providência, senhor esquecimento! É inadmissível que tudo se esvaia em um sopro inútil de "O que era mesmo?".
Imagine o senhor que eu esqueci, dia desses, a água fervendo na minha casa para fazer café, enquanto fui à padaria. A água borbulhou, apagou o fogo e minha casa quase que vai pelos ares. Isto é culpa sua, não?
Insisto, tome uma providência imediatamente!


Atenciosamente,
André Santos de...?
Esqueci.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

PARTE 12 - Profundo Onirismo Turístico (ou A Criança e o Rio)

No lamento da noite, na calada da escuridão,
chora uma criança.

Desprotegida, desgarrada, desengonçada, descriada.

Um rio corre aos seus pés;
ela chora.

Projeta-se sobre ela uma sombra inigualável, um verbo desproporcional à transitividade que lhe cabe.

Ela, assustada, corre por longos caminhos virulentos e descomunalmente imundos,
sempre à beira do Rio.

E ele, o Rio, ri da ridícula infante dos reis regentes.

Reis que não governam, somente regem.

Dissimuladamente, a criança cai no Rio, como que num acidente despreocupado e público.

Unindo-se a ele, a inocente criança navega e navega, procurando uma estrela sem brilho;
uma manchinha no firmamento encapuzado pelo véu negro da noite e da solidão.

Mas ela descobre que, no firmamento, não há mais tal estrela.

Ela congelou.

terça-feira, 15 de julho de 2008

PARTE 11 - Pupa

Viva o sonho
dos intermináveis utopistas!
Rejubilemo-nos ante a magnificência destes mestres do impossível,
entregando a eles nossa alma quebradiça.
Finquemos este pesar de não poder sonhar,
qual bandeira egocêntrica, sombria e manchada,
nesta terra enlamaçada e permeada por vermes fétidos e pútridos.
É lá que ela pertence.

Sonhemos, à imagem dos Mestres.
O casulo é casa aconchegante e acolhedora.
A pupa de seda áurea é o teto sob qual repousa a jovem larva
que cresce e busca um dia ser algo.
Mas ela não contém um sol.

E o sonho não contém a vida.
E a esquizofrenia é patologia sofrida.
E a loucura é sinal da lágrima retida.

E a despedida...

segunda-feira, 9 de junho de 2008

PARTE 10 - Lama humana

Nosso mundo conta com aproximadamente 7 bilhões de habitantes. Entre estes, há uma diversidade infindável de culturas, pensamentos, costumes, hábitos, conceitos, religiões, crenças... Enfim, tudo aquilo que é essencialmente humano.

Relacionamentos são interações entre duas ou mais pessoas, nos quais necessariamente existe uma troca inicial destas características humanas, as quais podem ou não ser compatíveis. Caso as características sejam compatíveis, as pessoas podem se envolver mutuamente em uma relação estável que é passível de existir em vários níveis: afetuoso, amoroso, amistoso, uma mistura disto tudo ou indiferente, caso não haja contato suficiente. Se as características não forem compatíveis, a relação será permeada por instabilidade e atrito, acontecendo igualmente em vários níveis: odioso, despeitoso, invejoso ou, aqui também é pertinente classificar, indiferente.

Contudo, como prever qual rumo determinado relacionamento poderá tomar ou, caso preveja-se isto, em que nível acontecerá? A inabilidade humana em calcular friamente quais relacionamentos podem lhe servir é ainda exacerbada naqueles de nossa espécie. Enquanto isto ocorre freqüentemente em ambientes corporativos, nos quais somente as habilidades e o caráter interessam dentre o enorme mundo pessoal, na vida cotidiana isto é ainda extremamente incomum, o que, por certo, é fato gerador de conflitos muitos.

Não pode-se tratar o ser humano como máquina. A imprevisibilidade de nossas ações é marca registrada de nossa espécie, uma sina incontornável e que, cedo ou tarde, deve ser enfrentada. Somente através de processos matemáticos de tentativa-e-erro pode-se garimpar em meio aos rios humanos pequenas jóias preciosas que nos são queridas. Todo o resto é lama: uma grande mancha nas puras águas límpidas de nossos corações.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

PARTE 9 - A Entrevista

[voz misteriosa]
E agora, com vocês... O programa de Alana Mania Brega: Igual a Você!

[aplausos]

[Alana]
Bom dia, menina! Hoje o programa está TUDO!
Vamos aprender a fazer café de um jeito muito diferente, passear pelas ruas de São Bernardo e entrevistar alguém que tem dado o que falar... A Mancha!

[aplausos]

.
.
.

[Alana]
Então, dona Mancha... Como a senhora está?

[Mancha]
...

[Alana]
A senhora pode ter um pouco mais de cuidado, por favor? Está manchando meu sofá!

[Mancha]
...

[Alana]
Enfim... Estou te sentindo meio aguada hoje. Algum problema te aflige?

[Mancha]
...

[Corvo João]
Alana! Ela tá evaporando!

[Alana]
Gente, ela tá passando mal! Chamem um méd... Barista... Lavadeira... Sei lá!

[gritos histéricos da platéia]






Mais tarde descobriu-se que caiu Vanish em cima da Mancha - Por que Vanish resolve!

terça-feira, 6 de maio de 2008

PARTE 8 - A Festa

Crianças estavam gritando em um canto, enquanto a música alegre competia com seus berros britadeirantes.
Eu só queria um pouco de paz, enquanto sorria alegremente entre uma dose de whisky e outra, acendendo um cigarro intermitentemente de maneira a disfarçar um pouco o desconforto causado pela sociabilidade excessiva.
Na cabeça, não me deixavam os pensamentos da homenagem que as crianças haviam feito.

Entre doses e doses do malte amadeirado, a vista já me confundia, permutando os defeitos do mundo por cachoeiras de doces coloridos. E o Papai-Noel estava no topo das cachoeiras - de todas, não me perguntem como - urinando. E eu ria.

E foi girando que eu continuei rindo mais e mais. Terminei queimando minha novíssima blusa marrom de linha com um cigarro (mesmo a blusa estando molhada de café, que eu havia derrubado acidenalmente).

O pior de tudo, em contar-lhes isto, é que eu não me lembro de nada. Tudo me foi passado por amigos.
Engraçado, não?

E as duas crianças continuam gritando!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

PARTE 7 - O começo da Mancha ao som dos japoneses enquanto penso em um cantor brasileiro

Um dia, o café estava na xícara.
Um dia, não havia Mancha.
Eu podia ficar sentado, calmo, em frente à lareira.
O fogo queimava a solidão, a chama me fazia companhia, o calor me acalentava.
No tempo que o café estava na xícara, eu não precisava me preocupar.
Era tudo tão fácil, tão simples...!
Eu não precisava lutar, eu não precisava chorar: tudo se resumia a sonhar!
O fundo do caos estava distante e eu não pensava em cair.
Naquela época, na qual o café ainda estava na xícara, o sonho não era impossível. Mesmo sendo mentiroso, ele existia.
Eu me permitia viver no castelo de ilusões e era feliz com isso.
Mas um dia, eu esbarrei na xícara (talvez não tenha sido eu, mas não me importa mais quem foi). Ela flutuou no ar feito um pássaro e se acabou no chão feito um pacote flácido.
E, finalmente, quebrou.
Foi então que a Mancha apareceu.

Deus meu, obrigado por essa caneca ter caído!

domingo, 13 de abril de 2008

PARTE 6 - Gota Rubra

Aceita o prazer,
Permite que ele adentre cada poro da tua pele.
Sente o toque
O beijo
O suspiro
O júbilo irreal.
Mergulha na fantasia,
Nada na pele alheia,
Abusa da carne que te envolve.
Bebe e come do mel doce e suave
E te delicia no banquete de maravilhas que te é oferecido.
Deixa a água escorrer
Junto do suor, do desejo e do beijo
Até que ela vá embora
Por um pequeno ralo encrustrado no chão de pedra.

Queima
a
Mancha.

segunda-feira, 31 de março de 2008

PARTE 5 - Extra! A Mancha reaparece ~pensamento criminoso~

Segunda-feira, 31 de Março de 2008, às 00:13

MANCHA DE CAFÉ QUE, COM RELUTÂNCIA FOI SECA, MISTERIOSAMENTE REAPARECE
por André Santos de Medeiros


Por toda a última semana, a Mancha reapareceu por momentos aparentemente aleatórios, em diversos lugares.
Como ela foi parar em tais locais ainda é um mistério, mas sabe-se que ela se manifestou em toda sua manchidão por este período de tempo.
"Eu não sei como aconteceu... Foi rápido demais! Eu disse pro Pensamento que não iria dar certo, que era melhor ele se fixar em outra coisa. Mas ele me ouviu? Não! Disse que não tinha problema, que a Mancha já tinha sido seca de uma vez por todas... Olhe só o que aconteceu agora! Eu que não vou tomar a culpa por isso." disse, nervoso, o Coração, tentando se explicar porque começou a bater ainda mais quando a Mancha apareceu.
O caos está generalizado. As sinapses estão trabalhando incansavelmente para que a informação seja transmitida, apesar da greve dos Neurônios. "Não vamos trabalhar! Agora que a Mancha retornou, vai sobrar para NÓS limpar a bagunça e tentar forçar o Pensamento de volta pro lugar dele. Temos que escolher outro líder - as paredes do Cérebro são boas demais para um comandante como ele!" protestaram os mesmos, alegando, assim como o Coração, que a culpa era do Pensamento.
Ao que tudo indica, eles estão corretos: se o Pensamento tivesse um pouco mais de auto-controle, as funções vitais estariam em ordem. Contudo, não sabemos se isto seria o suficiente para erradicar a Mancha de uma vez por todas.

PARTE 4 - [Título muito longo e, assim, incluído no corpo do texto]

Diálogo inesperado e inconclusivo sobre algo que um dia foi passível de tornar-se e, de fato, tornou-se o que pode-se chamar de uma mancha ainda maior



-Está caindo... Está caindo...! Cuidado! É perigoso desse jeito!

-Não precisa se preocupar não. Eu sei o que eu tô fazendo.

-Mas sério, por mais certeza que você tenha de tudo, VAI cair - se você continuar desse jeito...

-Pô! Porque tem que ser TUDO do seu jeito? Tente fazer um pouco as coisas como eu penso!

-Porque eu sei que vai cair.

No fim, após muita discussão, caiu. Ainda mais. A mancha de café aumentou.

PARTE 3 - Sonho ~mancha na mente~

Fosse tudo um sonho.
A vida, a morte. Os sorrisos, as lágrimas, os gritos, as mágoas...
Não seria um sonho, mas sim um pesadelo. O pranto constante fez do peito arfante gatilho de uma arma que dispara contra o coração. A mente desvairada e desequilibrada fez do pensamento poderoso fel, corrosivo e letal.
Há panacéia para tudo isso?
O que é loucura? Esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão, complexo de Édipo...! Patologias mentais que repercutem na vivência física de um sonhador. Contudo, não seriam tais "patologias" a antemencionada panacéia? Existe uma panacéia?
Onde está o elixir? O elixir, Deus, o elixir, o elixir! A vida perpétua...? Mas pra que quereria viver mais nesse país das maravilhas às avessas?
Lágrimas de uma estátua de uma santa podem curar feridas de qualquer espécie. Mas ela não chora. É um pedaço estúpido de pedra. Doce.
No fim, o beliscão não funciona e o sonho continua.
A mancha aumenta.

PARTE 2 - Uma História ~a mancha~

A vida sempre continua a andar
Mesmo depois da grande perda sofrida:
Um dia chega-se a um lugar
Onde há o remédio para curar a ferida.

Mas a areia quente um dia pisada
Poderia ter queimado pés que não os meus
A consciência de luta fez-se em nada
E os inocentes sentimentos em réus.

E agora a dor é somente minha
Por colocar toda a minha fé
Sobre um pilar que, no fim, não tinha
Força para sequer manter-se em pé.

Mas, com os olhos ainda marejados
Continuo andando, passo por passo.
Que estes caminhos de infinitos lados
Cortem desta enorme dor o grande laço.

PARTE 1 - História de Deus

Um dia, Deus resolveu escrever uma história.
Pensou muito e criou um personagem chamado André.
O problema é que, quando estava escrevendo, Deus derrubou café em cima da história (Deus gosta MUITO de café, vocês não sabiam?) e, tendo perdido a maior parte de sua obra prima, já sem paciência, remendou o que sobrou com poucas e boas palavras, que ele descobriu na hora de um jornal velho que havia sobre sua mesa.
No fim, o estrago que o café havia feito era tão grande que a história de Deus saiu defeituosa, sem pé nem cabeça, sem enredo, com personagens aleatórios e inconstantes. André, no fim, viveu nada além de uma mancha. Um borrão marrom e molhado na história divina.
Com um pouco de pó junto, porque quando Deus estava fazendo seu Café, sem querer, furou o coador.