segunda-feira, 9 de junho de 2008

PARTE 10 - Lama humana

Nosso mundo conta com aproximadamente 7 bilhões de habitantes. Entre estes, há uma diversidade infindável de culturas, pensamentos, costumes, hábitos, conceitos, religiões, crenças... Enfim, tudo aquilo que é essencialmente humano.

Relacionamentos são interações entre duas ou mais pessoas, nos quais necessariamente existe uma troca inicial destas características humanas, as quais podem ou não ser compatíveis. Caso as características sejam compatíveis, as pessoas podem se envolver mutuamente em uma relação estável que é passível de existir em vários níveis: afetuoso, amoroso, amistoso, uma mistura disto tudo ou indiferente, caso não haja contato suficiente. Se as características não forem compatíveis, a relação será permeada por instabilidade e atrito, acontecendo igualmente em vários níveis: odioso, despeitoso, invejoso ou, aqui também é pertinente classificar, indiferente.

Contudo, como prever qual rumo determinado relacionamento poderá tomar ou, caso preveja-se isto, em que nível acontecerá? A inabilidade humana em calcular friamente quais relacionamentos podem lhe servir é ainda exacerbada naqueles de nossa espécie. Enquanto isto ocorre freqüentemente em ambientes corporativos, nos quais somente as habilidades e o caráter interessam dentre o enorme mundo pessoal, na vida cotidiana isto é ainda extremamente incomum, o que, por certo, é fato gerador de conflitos muitos.

Não pode-se tratar o ser humano como máquina. A imprevisibilidade de nossas ações é marca registrada de nossa espécie, uma sina incontornável e que, cedo ou tarde, deve ser enfrentada. Somente através de processos matemáticos de tentativa-e-erro pode-se garimpar em meio aos rios humanos pequenas jóias preciosas que nos são queridas. Todo o resto é lama: uma grande mancha nas puras águas límpidas de nossos corações.

Um comentário:

Unknown disse...

Mesmo com toda essa compatibilidade, ainda sim a relação entre duas pessoas pode desmoronar sem nenhum motivo aparente...aparente.
Você, simplesmente negligenciou o fator de maior importância...a pessoa.
Como manter um relacionamento, se não existe vontade? Simples...não se mantém, aliás há tentativas de manter, fingir que está tudo bem, fingir que há amor onde há desejo...
Desse modo a pessoa se engana e engana a outra e isso acarretanuma separação tola, na verdade não uma separação, pois a pessoa iludida acaba percebendo que não havia nad entre ela e a outra....
E desse modo, a pessoa que iludiu que, com muito custo conseguiu garimpar uma preciosidade, a joga por cima do ombro e continua a procurar, com muito sucesso, a lama que acha que é preciosidade.