terça-feira, 6 de maio de 2008

PARTE 8 - A Festa

Crianças estavam gritando em um canto, enquanto a música alegre competia com seus berros britadeirantes.
Eu só queria um pouco de paz, enquanto sorria alegremente entre uma dose de whisky e outra, acendendo um cigarro intermitentemente de maneira a disfarçar um pouco o desconforto causado pela sociabilidade excessiva.
Na cabeça, não me deixavam os pensamentos da homenagem que as crianças haviam feito.

Entre doses e doses do malte amadeirado, a vista já me confundia, permutando os defeitos do mundo por cachoeiras de doces coloridos. E o Papai-Noel estava no topo das cachoeiras - de todas, não me perguntem como - urinando. E eu ria.

E foi girando que eu continuei rindo mais e mais. Terminei queimando minha novíssima blusa marrom de linha com um cigarro (mesmo a blusa estando molhada de café, que eu havia derrubado acidenalmente).

O pior de tudo, em contar-lhes isto, é que eu não me lembro de nada. Tudo me foi passado por amigos.
Engraçado, não?

E as duas crianças continuam gritando!

Um comentário:

Unknown disse...

Gritem crianças, gritem enquanto podem...
Em breve elas vão se enfrentar...
Em breve, elas vão te decepcionar...
Em breve elas lhe abandonaram se você simplesmente deixar que elas tenham um conflito...
E você terá de escolher entre uma criança e outra...e ela virará um adulto com tamanha velocidade que você se surpreenderá...mas será a escolha mais difícil da sua vida... espero que você a faça com a máxima cautela e a absoluta certeza pois a criança (não mais criança nesse ponto, mais sim um adulto) lhe acompanhará pelo resto de sua vida...