quinta-feira, 17 de abril de 2008

PARTE 7 - O começo da Mancha ao som dos japoneses enquanto penso em um cantor brasileiro

Um dia, o café estava na xícara.
Um dia, não havia Mancha.
Eu podia ficar sentado, calmo, em frente à lareira.
O fogo queimava a solidão, a chama me fazia companhia, o calor me acalentava.
No tempo que o café estava na xícara, eu não precisava me preocupar.
Era tudo tão fácil, tão simples...!
Eu não precisava lutar, eu não precisava chorar: tudo se resumia a sonhar!
O fundo do caos estava distante e eu não pensava em cair.
Naquela época, na qual o café ainda estava na xícara, o sonho não era impossível. Mesmo sendo mentiroso, ele existia.
Eu me permitia viver no castelo de ilusões e era feliz com isso.
Mas um dia, eu esbarrei na xícara (talvez não tenha sido eu, mas não me importa mais quem foi). Ela flutuou no ar feito um pássaro e se acabou no chão feito um pacote flácido.
E, finalmente, quebrou.
Foi então que a Mancha apareceu.

Deus meu, obrigado por essa caneca ter caído!

2 comentários:

Unknown disse...

André, meu caro!

A mancha, grande sombra, dança, transcende e entorpece. Surge novamente em grande estrada. Os viajantes dormem profundamente... oníricos. Os racionais têm sono também; têm tanto sono!!! Ah se pudessem dormir... Mas caminham sempre, arrastados pela mão, e buscam...
Prof. Paulo César

Unknown disse...

Quem sabe não seja a hora de mudar a metáfora?
Mancha é algo tão...não sei explicar
disforme, indesejável,algo que aborrece, abomina,uma perda de tempo. A mancha, pra mim, é como o amor...
Não, não. Mantenha a metáfora...